04 tendências para Sustentabilidade em 2022

Após os desafios intensos e inesperados que os últimos dois anos nos trouxeram, em decorrência principalmente da atual crise sanitária, elaborar previsões que auxiliem planejamentos para o ano que está começando pode não ser uma tarefa das mais fáceis.

Porém, nem tudo é incerteza. Existem algumas movimentações globais em direção à Cultura de Sustentabilidade que vêm sendo construídas há muitos anos e que, mesmo durante este período de crise, encontraram espaço para se fortalecerem ainda mais, por se mostrarem ainda mais necessárias. E são essas tendências que listamos a seguir.

Consumo Consciente em ano de posicionamentos

Alguns dados já conhecidos revelam o quão relevante o propósito das marcas têm sido para as decisões de consumo da população brasileira. A pesquisa Global Consumer Pulse, realizada pela Accenture Strategy, por exemplo, indica que:

83% dos brasileiros consomem de marcas alinhadas com seus valores pessoais;

79% dos brasileiros querem que empresas e marcas se posicionem em relação a assuntos importantes em áreas como sociedade, cultura, meio-ambiente e política;

76% dos brasileiros afirmam que decisões de compra são influenciadas pelos valores propagados pelas marcas e pelas ações de seus líderes;

Basta uma rápida análise de contexto para saber que isto estará ainda mais intensificado neste ano. Em decorrência das mudanças climáticas, 2021 nos deixou com uma intensificação de desastres naturais que afetaram milhares de pessoas, demandando a atenção e o apoio de todos os setores da sociedade. Além disso, por conta da agenda política, 2022 será um ano em que muitas causas relevantes para a sociedade brasileira estarão em pauta. Estes exemplos mostram que sem dúvidas esse deverá ser um ponto de atenção relevante a ser considerado em qualquer planejamento estratégico.

2. Home Office e Trabalho Híbrido

O período de distanciamento social, em que o trabalho remoto foi predominante, revelou a contribuição que este modelo de trabalho pode oferecer aos planos de Sustentabilidade de diversas organizações. Em 2020, houve uma queda de 8,8% nas emissões de dióxido de carbono (CO2) na primeira metade do ano em comparação com igual período de 2019.

A queda na demanda por transportes que utilizam combustíveis fósseis para a locomoção de milhões de pessoas diariamente e a economia de energia elétrica durante o período são alguns fatores que explicam estes dados.

Por isso, o trabalho presencial tende a ser cada vez mais acionado apenas para atividades essenciais.

3. Compensação de Carbono e Climate Positive

A compensação de Carbono já não é novidade entre as grandes empresas, e tem se difundido cada vez mais mesmo entre pequenos e médios negócios. Ela funciona eliminando da atmosfera a quantidade de gases do efeito estufa equivalente às emissões produzidas pelas atividades das organizações. Essa compensação acontece a partir, por exemplo, do financiamento de projetos de restauração florestal.

Mas esta ação isolada tem sido percebida como insuficiente. O chamado “Climate Positive” abrange um conjunto de ações planejadas para reduzir as emissões, e não apenas compensá-las, e por este motivo é visto como o próximo passo para as empresas que já estão comprometidas com a neutralização de carbono.

4. ESG e Transparência em alta

O ESG, sigla em inglês para Governança Ambiental, Social e Corporativa, representa uma sistematização das práticas sustentáveis das empresas, considerando a perspectiva mais ampla da Sustentabilidade, que estende a atenção para a importância de ações de impacto positivo que beneficiem não apenas o meio ambiente, mas também as pessoas, dentro e fora das organizações.

Para começar a compreender e adotar o ESG, é possível recorrer a modelos e ferramentas facilitadoras reconhecidas internacionalmente, que ajudam na avaliação, elaboração e mesmo implementação de práticas sustentáveis, como por exemplo a BIA, plataforma de avaliação de impacto do Sistema B, e o Global Reporting Initiative (GRI), um padrão internacional para Relatos de Sustentabilidade que ajuda empresas a compreenderem seus impactos, ao mesmo tempo em que otimizam a transparência de suas ações para o público externo. Essa transparência em relação às ações de ESG é cada vez mais requisitada, sobretudo por fundos de investimento em sustentabilidade, que tendem a crescer ainda mais nos próximos anos.